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Ajax: o clube que inventou o futebol bonito.


Se o futebol fosse uma aula de arte, o Ajax seria o professor de história da arte moderna: criativo, teimoso, cheio de teoria e que faz você pensar: "por que ninguém joga assim?"

 O Ajax não é só um clube. É uma ideia. É um sistema. É um laboratório de gênios, e às vezes, de destruição em massa (principalmente no mercado de transferências).

A fundação: mitologia grega com bola nos pés

O Amsterdamsche Football Club Ajax nasceu em 18 de março de 1900, com um nome difícil, zero títulos e muito orgulho. O nome foi inspirado em Ájax, o guerreiro mitológico que nunca foi derrotado — o tipo de nome que mostra que o clube já sonhava alto enquanto ainda apanhava em campo de times com nomes tipo “Quick 1888”.

A primeira camisa era preta. Mas depois veio o clássico vermelho e branco, com a faixa vertical no meio — provavelmente o uniforme mais limpo, elegante e copiado da história do futebol.

O escudo atual traz o rosto do guerreiro desenhado com 11 linhas, representando os 11 jogadores. Conceito, irmão.

Futebol total: o Ajax que mudou o mundo

Nos anos 60 e 70, o Ajax fez o que poucas pessoas têm coragem: mudou a lógica do futebol. Sob o comando de Rinus Michels, com um tal de Johan Cruyff em campo (sim, esse mesmo), o clube desenvolveu o futebol total: todo mundo ataca, todo mundo defende, todo mundo troca de posição, e ninguém tem medo de arriscar.

"Era como jazz em forma de chuteira. Caótico, mas afinado."

Entre 1971 e 1973, o Ajax venceu três Champions League seguidas, humilhando quem aparecesse pela frente. E ainda teve a ousadia de recusar jogar o Mundial Interclubes em 1971 por considerar o adversário (o Nacional, do Uruguai) "violento demais". É... o Ajax sempre teve um quê de intelectual rebelde.

Cruyff: o gênio que virou escola

Falar de Ajax sem falar de Cruyff é como falar de pizza sem molho. Ele foi jogador, treinador, ícone, símbolo e pai espiritual de todo esse estilo.

Cruyff não só brilhava com a camisa 14 — ele pensava o jogo de um jeito que ninguém tinha pensado antes. E depois, levou essa mentalidade pro Barcelona, onde inventou o tiki-taka muito antes do Guardiola colocar gola rolê.

O que o Ajax fez nos anos 70 foi mais que vencer. Foi mudar a gramática do futebol.

Johan Cruyff Arena: o templo moderno

O estádio atual é a Johan Cruyff Arena, com capacidade para mais de 55 mil torcedores. Moderno, acústico, vertical e cheio de alma, ele foi rebatizado em 2018 em homenagem ao mestre — porque Cruyff, em Amsterdã, é tipo a Mona Lisa: todo mundo para pra olhar.

Títulos, porque ideologia também ganha jogo

4x Champions League (1971, 1972, 1973, 1995)

1x Copa Intercontinental

1x Copa da Uefa

36x Campeonato Holandês

20x Copas da Holanda

9x Supercopas

E o mais incrível? O Ajax é o único clube que já venceu a Champions com um time 100% formado em casa — em 1995. Sim, a molecada da base colocou o Milan no bolso com 18 anos nas pernas e 200% de confiança no olhar.

A base mais temida do futebol mundial

Se o Barcelona é a La Masia, o Ajax é o berçário original. A fábrica. O criadouro. O laboratório de gênios.

Passaram por lá:

Johan Cruyff

Frank Rijkaard

Marco van Basten

Dennis Bergkamp

Edgar Davids

Clarence Seedorf

Patrick Kluivert

Wesley Sneijder

Rafael van der Vaart

Frenkie de Jong

Matthijs de Ligt

E a lista segue. No Ajax, você aprende antes de jogar. E joga antes de virar craque. É escola. É sistema. É herança.

Rivalidades que fervem tulipas

O grande clássico da Holanda é contra o Feyenoord: o temido De Klassieker. Amsterdã x Roterdã. Capital cultural contra cidade operária. É briga séria, no campo e fora.

O PSV Eindhoven também entra na roda como rival direto pelas taças — mas o Feyenoord tem o ódio tradicional.

Curiosidades que você pode usar no bar

O Ajax foi o primeiro clube a ter ações na bolsa de valores (em 1998).

A torcida se autodenomina "Os Judeus" por conta da herança cultural da cidade — algo que virou identidade, bandeiras, e cânticos.

Foi o primeiro time europeu a ter patrocínio na camisa em competições da UEFA.

O Ajax tem até time satélite na Cidade do Cabo, África do Sul.

E sim, vende craques como quem vende croissant na esquina. Mas sempre forma mais.

O Ajax é o último romântico

Num mundo de petrodólares e escudos que mudam de ano em ano, o Ajax continua lá: formando jogadores, encantando quem assiste e ganhando de vez em quando — mas sem nunca trair sua filosofia.

Porque no Ajax, o resultado importa. Mas o como se chega lá é o que define o clube.

E quando o Ajax ganha, o futebol agradece.



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